Prison: tudo sobre a marca de streetwear

Antes da marca Prison, veio o chão

Antes do sucesso, veio ela. Antes de qualquer linha, eu preciso agradecer a minha esposa, Jessica M. Ela esteve comigo desde o início quando ainda dormíamos no chão, porque a cama servia de estoque para as poucas peças que conseguíamos produzir. Foi com ela que dividi os dias mais duros. E é com ela que divido, hoje, cada conquista.

Nada do que você vê aqui teria sido possível sem o apoio de Deus e dela. Criar a PRISON foi muito além de vender roupas. Foi sobre transformar visão em matéria. E, no meu caso, essa experiência de vida também foi sobre transformar dor em força. Eu vou te contar o porquê.

Meu nome é Levy

Sou fundador, diretor de arte e CEO da PRISON.

Origem e recomeço

Nos anos 90, fui adotado ainda bebê por uma família cristã simples depois de ter sido deixado por uma menina de 13 anos, minha mãe biológica, na porta de um hospital. Essa origem me ensinou, desde cedo, que algumas histórias já começam marcadas. Mas também me mostrou que é possível reescrevê-las.

A faísca criativa

Desde pequeno, enquanto outras crianças sonhavam com a Disney, eu era fascinado por Nova York. Os arranha-céus, o ritmo das ruas, a energia da cidade… Tudo aquilo parecia me chamar. Com o tempo, essa obsessão virou combustível e, mais tarde, inspiração direta para PRISON.

E mesmo sem ter acesso a nada daquilo, com 8 anos eu criava. Com um PC IBM antigo em casa e um caderno de escola, eu passava horas tentando montar minhas próprias estampas e peças imaginárias. Me inspirava em marcas como FUBU e Cross Colours que Will Smith usava na série Um Maluco no Pedaço e tentava entender como elas passavam tanta atitude só com design. Era ali, na base da tentativa e erro, que meu olhar criativo estava nascendo sem saber que, no futuro, isso viraria profissão e, mais do que isso, propósito.

Do Espírito Santo à visão

Em 2001, me mudei com minha família para o Espírito Santo. Foi ali que minha vida começou a tomar forma. A paixão por criação já existia, mas agora eu começava a entender o peso do trabalho. Na adolescência, comecei a entregar salgadinhos em comércios locais pra ajudar em casa. Essa rotina me ensinou duas coisas: humildade e persistência  valores que carrego até hoje em tudo que construí com a PRISON.

Nasceu a PRISON

Em 2014, já com mais maturidade e visão, morando de favor numa casa com dois cômodos e dividindo espaço com caixas de produto da marca, tomei a decisão mais difícil da vida: deixei a faculdade e o emprego de gerente de marketing de outra marca casual para apostar tudo na ideia da PRISON. Começamos com zero recurso. Mas a visão era clara: a PRISON precisava nascer. A proposta era simples, mas cheia de significado.

O nome original era PRISON NEW YORK Prison Ny. Porque, pra mim, “prisão” nunca foi sobre estar preso no sentido literal era sobre estar ligado a algo maior: estar preso a Nova York, preso à moda streetwear, preso ao movimento que transformou minha vida. Com o tempo, simplificamos o nome para PRISON. Mas a essência continuou intacta: pertencer  ao que te torna livre.

Campo de estudo: Nova York

Em 2018, depois de quatro anos de estrada e com a PRISON já reconhecida no mercado online, comecei a visitar Nova York com frequência para estudar comportamento e sentir na pele a cultura de rua, os esportes americanos que se tornaram foco da marca, a música e a arte. Cada viagem era uma aula viva sobre identidade, expressão e atitude.

Foi ali que entendi: eu não queria apenas fazer roupas queria criar algo que se conectasse com a essência de quem veste. Não pelo hype da moda, mas pra quem entende o peso de estar vestindo PRISON.

PRISON x NFL: identidade consolidada

Após o marco da collab internacional PRISON x NFL, consolidamos nossa identidade ainda mais no esporte e na América, com peças icônicas como camisetas de baseball e football americano. Nosso próximo passo é mergulhar ainda mais fundo no universo esportivo running, basquete e boxe.

A PRISON criou uma identidade forte, conectada à Nova York, mas com alma brasileira. Rompeu fronteiras. Em 2025, conquistou produção própria em Miami e presença internacional através da Amazon dos Estados Unidos.

Nem tudo foi vitória

Em 2019, com a marca consolidada, fui surpreendido por um diagnóstico: câncer. Silencioso. Inesperado. Devastador. A doença veio após a luta contra uma depressão profunda, sem sentido. Lembro que, mesmo assim, algumas horas antes da cirurgia, eu estava dirigindo um ensaio da PRISON como se minha vida dependesse daquilo eu estava anestesiado pelo projeto da marca. No dia seguinte da operação, ainda com dreno no corpo e sem a certeza do amanhã, meu primeiro pedido foi o notebook. Porque criar nunca foi uma escolha. Era sobrevivência.

Essência

A PRISON foi grito da alma. Minha superação. Meu sacrifício. Para que cada peça dessa marca carregue mais do que design carregue intenção. É a roupa que veste quem transforma cicatriz em símbolo. Quem tem história pra contar, mesmo que ninguém tenha perguntado. Quem anda na contramão do óbvio com elegância e propósito. Essa é a essência da PRISON.

Manifesto

Não seguimos fórmulas. Não vendemos hype da moda. Criamos com alma, com direção, com verdade. Cada coleção nasce com contexto, com história, com intenção estética e emocional.

Bem-vindo ao nosso mundo. Você não está apenas vendo roupas. Está conhecendo uma história que começou literalmente do zero antes mesmo de virar moda.